quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

















FESTA PROFANA

Nasceu o salvador do mundo
Em tão humilde estrebaria
Nascer em berço de ouro
Se ele quisesse ele podia
Mas já nasceu ensinando
Com sua própria natividade
A humaninade não entendeu
Porque que ele nasceu
Com tanta humildade

Data mágna da cristandade
Paz na terra aos homens
Insensíveis sem bondade
Que na noite feliz Natal
Como é farta a sua ceia
E com ufania em suas veias
Está cumprido o seu ritual
E nessa noite feliz
Ele não tem do que nutrir
Nem tão pouco onde dormir
 E nem se fala o que vestir

Se você pensasse, refletisse
Se o seu coração tivesse
Um verdadeiro espírito natalino
Você protestava, você compartilhava,
Você doava, você empunhava
A bandeira do menino

Você faz a sua festa
Você cumpre o seu papel
Você é forte, poderoso
Você concretiza o Papai Noel
Você é feliz, é barão
Deixe de tanto narcisismo
Largue tanto egoísmo
Olhe um pouco pro seu irmão.

Del Guimarães










 SONHO REAL

Sonho, sonho, sonho
Parceiro inseparável da vida
Realidade do hoje, sonho de criança
O sonho é vida, e vida é esperança

Ontem tive um sonho bom
O tempo o fez sobrevir
Me trouxe uma felicidade
Trazendo minha posteridade
E a minha permanência aqui

Hoje olhei no seu rostinho
E me vi ontem no espelho
E ouvindo ao seus conselhos
Brinquei com você de dedo-medinho
Você mostrando os dentinhos
Me fez chorar sorrindo
Com a expressão mais verdadeira
De gratidão pela brincadeira
Vovô, você é lindo....
     Del Guimarães

Para minha netinha Bruninha.




Viva o amor!

De toda natureza o amor é sempre cabível.
É valioso com todas as suas manifestações,
É a ápice da felicidade singular... incontestável.
No amor que se dá, no amor que se recebe.
O amor é cego, surdo e mudo...absurdo!
No amor não se considera, a bela e a fera...
O amor está no bom, o amor está no mau.
O amor está pro ser, de alma imortal.
O amor não tem idade, não tem gênero,
não tem cor, e no seu vigor, amar é amor...
Alegria e dor, seja como for, "viva o amor!"

Del Guimarães.

ALGO MEU......

INTOLERÂNCIA

Sou pássaro voando só
Voando alto solitário
A procura de outra espécie
Um acolhimento voluntário

A superfície ofuscou
Não vejo verde pra pousar
As minhas asas incansáveis
Me dirão onde vai dá

Tiros da intolerância
Bato as asas mais veloz
Pra bem longe dessa espécie
Hipocrisia, julgamento feroz
Adicionar legenda
Sonho do alto avistar
A clareira de uma cidade
Onde brota a doce aroma
Do respeito às diversidades
E viver um lindo sonho bom
Perto do bem, longe do mal
Com tolerância e fraternidade
O amor e a paz social.

       Del Gumarães.
















VANINHA

Um dia, a vida me deu um presente.
Ainda adolescente, uma linda menininha.
Viajava nas suas travessuras,
Contemplava àquela mistura, de audácia e erudição .
Entre tantos presentes recebidos, aos 50 anos vividos,
Você foi o especial, e naquela noite de natal, lembras?
Você toda sapeca, abraçando a boneca, com vestidinho de avental.
Agradecia o presente, como se não fosse gente inocente.
E, eu, era só felicidade, precoce paternidade,que velarei eternamente.
E o "tempo", passou, preguiçoso, e até generoso, acredito eu.
E hoje, de repente,um eco suave bateu, rompeu, ultrapassou do tempo o véu .
E no fundo da mente repetiu uns gritinhos: Ti Del, Ti Del, Ti Del.


Para a sobrinha amada, Vaninha, lá das Minas Gerais.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

                                        
                                              PROFESSOR HISTORIADOR.

          Constantemente a História é reescrita pelos histiriadores. As razões fundamentais estão relacionadas as  seguintes razões: os homens e as sociedades humanas não permitem um conhecimento imediato, absoluto, definitivo. E a história é reescrita porque o conhecimento é paralelo as mudanças e as tranformações sociais. Novas fontes do conhecimento, novos conceitos levam à reavaliação do passado e das suas interpretações.
          Os conceitos de "verdade" são bastantes complexos no vasto contexto histórico, que   implicam reconstruções temporais, parciais, relativas, não-definitivas e ao mesmo tempo racionais.
          Ser professor de História é nortear-se nesses conceitos com um objetivo maior na compreensão e construção de tal conhecimento.

BAOBÁ


 

BAOBÁ



Foto: Baobá no Kruger Park - Arquivo África do Sul


História

Em 1445, navegantes portugueses conduzidos por Gomes Pires chegaram à ilha de Gorée, no Senegal; eles descobriram o brasão do Infante D. Henrique gravado em árvores. O cronista Gomes Eanes de Zurara assim descreveu a árvore: Árvores muito grandes e de aparência estranha; entre elas, algumas tinham desenvolvido um cinturão de 108 palmos a seu pé (ao redor 25 metros). O tronco de um baobá não mais alto do que o tronco de uma árvore de noz; rende uma fibra forte usada para cordas e pano; queima da mesma maneira como linho. Tem um grande fruta lenhosa como abóbora cujas sementes são do tamanho de avelãs; pessoas locais comem a fruta quando verde, secam as sementes e armazenam uma grande quantidade delas.[2]
Baobá da Praça da República, Recife, Brasil.
Possível fonte de inspiração para Saint Exupéry.
Em Angola e Moçambique, esta árvore é conhecida por embondeiro, ou imbondeiro. Em certas regiões de Moçambique, o tronco desta árvore é escavado por carpinteiros especializados para servir como cisterna comunitária[3]
Baobá no Engenho Poço Comprido, Vicência, Brasil.
Um dos vários espécimes existentes em
Pernambuco.
[editar] No Brasil
No Brasil existem poucas árvores de Baobá, que foram trazidas pelos sacerdotes africanos e foram plantadas em locais específicos para o culto das religiões africanas.
[editar] Pernambuco
Essas árvores concentram-se principalmente no estado de Pernambuco (onde há 16 catalogados) e, nesse estado, na sua capital, Recife.
No Recife, o baobá da Praça da República é a possível fonte de inspiração de Saint Exupéry, quando por ali passou, ao escrever O pequeno príncipe.[4] Há um na Faculdade de Direito do Recife e outro na Cidade Universitária. Existem outros espalhados pela cidade, como em Ponte d'Uchoa e Poço da Panela. Existem três plantadas na Estância Rica Flora, em Aldeia, Camaragibe. No Sitio de Pai Adão existe um Baobá com mais de cem anos com um tronco de mais de 10 metros de circunferência.[5]
Na vila de Nossa Senhora do Ó, Ipojuca, há um Baobá com mais de 350 anos e 15 metros de circunferência. No Engenho Poço Comprido (Vicência) há dois espécimes.
Em Araripina existe um exemplar com aproximadamente 30 anos de idade.
[editar] Rio Grande do Norte
Outro estado com grande quantidade de baobás é o Rio Grande do Norte. Há exemplares em Natal , Nísia Floresta e nas ruinas de Pedro Velho.
Em Assú no Rio Grande do Norte existem 11 baobás de aproximadamente quatrocentos anos e atualmente estão em processo de tombamento histórico.[6]
[editar] Rio de Janeiro
No estado do Rio de Janeiro existem cinco exempares de baobá: um no Passeio Público, um no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, um no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas (altura da Av. Borges de Medeiros 3000), pátio do Museu Histório de Quissamã, na antiga Fazenda Quissamã e o ultimo na Ilha de Paquetá.
Baobá em Maceió.
[editar] Alagoas
Em Alagoas existe um exemplar na Praça do Skate, em Maceió.
Baobá no Passeio Público, em Fortaleza.
[editar] Ceará
No Ceará, existe um exemplar na praça do Passeio Público, na cidade de Fortaleza, onde foram fuzilados alguns revolucionários da Confederação do Equador.
[editar] Goiás
Em Goiânia existem três Imbondeiros, todos em residências particulares, sendo um na residência do Sr.Jorge Rassi e duas no condomínio particular Aldeia do Vale.[carece de fontes?]
[editar] Matogrosso
O Doutor Édio Lotufo possui em sua fazenda , nas proximidades de Cuiabá, um exemplar de Imbondeiro derivado de um exemplar existente na Praça da República(Rio de Janeiro). [carece de fontes?]

quarta-feira, 21 de abril de 2010

CULTURA AFRO-BRASILEIRA NA ESCOLA.

CULTURA AFRO-BRASILEIRA NA ESCOLA.


É oficialmente o único espaço de educação onde o conhecimento formal tem sido repassado. A diversidade historicamente tem sido representada como algo exótico, folclórico. A abordagem superficial e distante do cotidiano escolar reforça estereótipos, naturaliza os problemas raciais e sociais, justificando-os por meio de recursos da psicologia (por exemplo: índio é preguiçoso, negro é violento, etc). Isso tem mudado com ações educativas dos movimentos sociais e a reivindicação de uma nova postura da escola em relação aos grupos étnico-raciais que compõem o povo brasileiro.
Nesse sentido, a grande novidade é a inclusão da Cultura Afro no currículo e o tema transversal (que perpassa as matérias) chamado Pluralidade Cultural nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental. Ele “apresenta uma noção afirmativa da diversidade cultural, como riqueza humana a ser explorada, fonte de conhecimento e denso material a ser usado nas escolas em praticamente todas as disciplinas.” (LIMA;2002)
Todas essas áreas de conhecimento trabalham a formação integral do ser humano, desenvolvendo a interação com o outro, com o mundo. Potencializam o lado cognitivo e o domínio afetivo pelo estímulo da capacidade de respostas diante dos desafios, sensibilização e a atenção.
O afro –descendente tem buscado, através de pressões políticas e culturais, a inserção de seus valores no currículo escolar, reconhecendo a Educação formal como campo de disputa. O movimento negro tem pressionado e realizado ações que culminaram neste momento com a Lei nº 10.639, que inclui a Cultura Afro nos currículos de ensinos fundamental e médio. Sancionada em 09 de Janeiro de 2003 pelo Presidente da República, torna obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira. Essa última parte estará presente em todo currículo.
Os conteúdos da História, da Literatura, da Arte e demais disciplinas acerca da cultura afro-descendente, como construtores da cultura brasileira, não podem ficar restritos a tema transversal-superficial, mas ampliar de forma a serem desenvolvidas para contribuir para o senso crítico dos alunos, professores e outros atores da educação.
Para isso é preciso implementar conteúdos e posturas filosóficas que contribuam para os professores melhorarem os seus propósitos com seus alunos, reformulando toda uma forma de pensar e ver a cultura afro-brasileira, assim como desenvolver uma pedagogia com referências às histórias das culturas afro-descendentes, desde o período pré-colonial até a contemporaneidade.
A intenção é fazer a cultura afro-brasileira sair da invisibilidade imposta pela colonização de uma cultura eurocêntrica, assim como colocar elementos da cultura afro-descendente e da formação do povo brasileiro nas disciplinas já existentes, e não inserir uma nova disciplina na grade curricular de ensino.
Entre muitos objetivos é importante colocar como prioritários os seguintes: construir e desenvolver uma pedagogia voltada para a ancestralidade (raízes culturais) afro-descendentes em seus fundamentos e influências no Brasil; contribuir para uma pedagogia plural nas escolas públicas privilegiando o patrimônio cultural da maioria da população; difundir os trabalhos sistemáticos dos alunos, buscando uma direção voltada para a auto-estima das crianças, jovens e adultos, da comunidade escolar e da comunidade de forma geral; fazer com que o professor, ou quaisquer outros atores da educação pense e trabalhe de maneira ampliada, de forma a perceber que a igualdade só é possível com o reconhecimento e respeito pelas diferenças; recuperar a memória histórica, revisando a importância dos negros na formação étnico-social do povo brasileiro, possibilitando a vivência de novos saberes e sentires.
Preservar a memória é uma das formas de construir a história. É pela disputa dessa memória, dessa história, que comemora-se no dia 20 de Novembro o Dia Nacional da Consciência Negra. Nessa data, em 1965, foi assassinado Zumbi, um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares, que se transformou em um grande ícone da resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

ZUMBI DOS PALMARES.

Zumbi dos Palmares


Vida do líder negro Zumbi dos Palmares, os quilombos, resistência negra no Brasil Colonial, escravidão, cultura africana



Zumbi dos Palmares: um símbolo de resistência e luta contra a escravidã

Quem foi Zumbi e realizações

Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.

Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo.



No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados.



Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.



O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695.



Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

FILOSOFIA

O QUE É A VERDADE?


      Eis aí a pergunta fundamental, a cuja resposta dedicaram-se os mais diversos sábios, na história  das civilizações.
      Entre as várias respostas filosóficas apresentadas para pergunta , o que é a verdade?

Verdade correspondência
      Encontramos nos filósofos gregos, como Platão e Aristóteles, o conceito de verdade como a extra correspondência de um enuciado com a realidade da coisa por ele referida.
      Para Aristóteles, na busca da verdade percorremos quatro degraus fundamentais:
         ignorância: estado de completa ausência de conhecimento do Sujeito em relação ao Objeto. Ignorar é
        desconhecer.
        dúvida: estado em que determinado conhecimento é tido como possível.Mas as razões para afirmar ou
        negar alguma coisa estão em equilíbrio.
        opinião: estado em que o Sujeito julga ter um conhecimento provável do    Objeto.   Afirma  conhecer,
        mas com temor de se enganar
        certeza: estado em que o  sujeito tem  plena  firmeza  do  seu  conhecimento  em  relação  ao  Objeto. 
        O conhecimento surge como algo evidente. 
     O conceito de verdade como correspondência ficou celebrizada pela definição de Santo Tomás de Aquino: a verdade é a adequação do pensamento à coisa real.
      Embora considerada correta várias correntes filosóficas essas definições de verdade traz consigo grave incoveniente quanto à precisão. Afinal, como se promoverá essa adequação entre o pensamento e a realidade? O que é realidade? Essas são quetões capazes de gerar grandes divergências.

VERDADE REVELADA


     O conceito de verdade como revelação pode ser encontrado entre os empiristas e os teólogos. Os primeiros defendem que a verdade representa aquilo que, imediatamente, se revela ao homem. Consiste, portanto, na sensação, no sentimento, que temos de um fenômeno. Os segundos afirmam que a verdade é a evidência manifestada nas coisas. E o princípio verdadeiro de todas as coisas é Deus.
     O critério da verdade apontado também é problemático. Não são poucos os fatos que, num primeiro exame, nos parecem verdades evidentes. Mas, depois, são rejeitados numa análise mais ampla e prufunda. Grande parte dos homens medievais, por exemplo, acreditava ser evidente que o Sol girava em torno da Terra. Esta "evidência" , entretanto, se desfez a partir de comprovação científica da teoria heliocêntrica de Copérnico.

       

Escravidão no Brasil

Escravidão no Brasil







No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.






O transporte era feito da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar.






Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia.






Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.






As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.






No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas.






O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.






Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura






A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática.






Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.






Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CULTURA AFRO- DICIONÁRIO



  • ALÁ- Designação de Deus, entre os mulçumanos.

  • BANTO- 1- Indivíduo de um dos povos que falam qualquer das centenas de linguas bantas.
2- Grupos de línguas pertencentes ao nanuê-congo (q.v.), e que é composta de várias centenas de línguas faladas numa área muito extensas da África, desde o paralelo 5º até a antiga Colônia do Cabo ( na atual República da África do Sul.
3- No Brasil, qualquer dos escravos chamados de de angolas, benguelas, cabinos, congos, moçambiques.
BANZO- Nostalgia mortal que atacava os negros trazidos escravizados da África.
BAOBÁ- Gigantesca árvore da família das bombacáceas, muito disseminada nas savanas africanas, de tronco excessivamente espesso, rico em reserva de água, é considerado o mais grosso tronco do mundo.
BATACATÔ- Tambô de guerra, afro-brasileira, grande, muito usado nos levantes de escravos na Bahia.
BENGUELA- Indivíduo dos benguelas, povo da região de Benguela ( Angola), que limava os dentes incisivos; banguela.
CABINA- 1- Indivíduo das cabindas, povo banto da região de Cabanda ( Angola)
2- Dança mímica popular afro-brasileira, parte de certos maracatus.
ILÊ- Casa de candoblé; terreiro.
IOURUBÁ- Indivíduo dos iourubás, povo negro do grupo sudanês da África Ocidental. que vive no O. S. da Nigéria, em Benim e em Tonga; nagô.
IJEXÁ- Indivíduo dos ijexás, povo de língua e cultura iourubanda, do Sudeste da Nigéria ( África)
JÊJE- 1- Indivíduos do jejes, ou guns, povo do Sudeste da República do Benim.
2- Nome que se dá no Brasil, esp. na Bahia, a indivíduos não iourubá, originário da antiga Costa dos Escravos, seja fom, maí, gum ou de outra nação.
MALÊ- Escravo africano islamizado.
MALUNGA- Cachaça.
NAGÔ - Indivíduo dos nagôs, povo de lingua iourubana que vive a E.S. da República do Benim.
OXALÁ- Alta divindade entre os orixás jeje-nagôs, abaixo apenas de olorum.


 HERANÇA


 O português falado no Brasil tem muitas palavras de origem africana. Isso acontece porque - principalmente durante o período colonial - os negros foram trazidos da África como escravos, para trabalhar na lavoura. Os africanos trouxeram consigo sua religião - o candomblé - e sua cultura, que inclui as comidas, a música, o modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e lendas. Trouxeram ainda - é claro - as línguas e dialetos que falavam. Os povos bantos, que habitavam o litoral da África, falavam diversas línguas (como o quicongo, o quimbundo e o umbundo). Muitos vocábulos usados frequentemente vieram desses idiomas. Exemplos? "Bagunça", "curinga", "moleque", "dengo", "gangorra", "cachimbo", "fubá", "macaco", "quitanda"... Outras palavras do português falado no Brasil também têm raízes africanas. Muitas delas vêm de diferentes povos do continente, como os jejes e os nagôs (que falavam línguas como o fon e o ioruba). Palavras como "acarajé", "gogó", "jabá" e muitas outras passaram a fazer parte do vocabulário brasileiro, foram incorporados à cultura. Em geral, trata-se de nomes ligados à religião, à família, a brincadeiras, à música e à vida cotidiana.

  • Que tal um exemplo bem trivial? "Bunda". Essa palavra também é africana, pode ter certeza. Se não fosse por ela, se falaria "nádegas", que é efetivamente o termo português para essa parte do corpo humano. Da mesma maneira, em vez de "cochilar", diría-se "dormitar". Em vez de "caçula", se usaria uma palavra bem mais complicada: "benjamim". Empolado, não é? Dizem que a língua banta tem uma estrutura parecida com o português, devido ao uso de muitas vogais e sílabas nasais ou abertas. Deve ser verdade, observe o som das palavras "moleque" e "gangorra". Parece também que o jeito malemolente (isto é, devagar e cheio de ginga) de falar facilitou a integração entre o banto e o português. A verdade é que hoje o falante da língua portuguesa brasileira usa tantas palavras africanas que nem atenta em sua origem. Outros exemplos para ilustrar: O que seria do Brasil sem o "samba"? E tem mais: "cachaça", "dendê", "fuxico", "berimbau", "quitute", cuíca", "cangaço", "quiabo", "senzala", "corcunda", "batucada", "zabumba", "bafafá" e "axé". Para quem não sabe, "bafafá" significa confusão. E "axé" é uma saudação com votos de paz e felicidade. Hoje é muito comum o uso do prefixo "afro" (relativo à África), em palavras como afro-brasileiro, afro-descendente, afro-americano. Essas palavras, assim como o próprio prefixo, são adjetivos. 
  •  
  • O negro deu seu ritmo à música brasileira. Também lhe deu nomes, como chorinho ou samba. Por isso se diz que a música popular brasileira nasceu na África. A raiz negra está em tudo: no samba, no pagode, no afoxé, nas festas folclóricas como a do maracatu. Além dos ritmos, os africanos trouxeram também instrumentos, como o berimbau, a cuíca e outros instrumentos de percussão, como o atabaque o berimbau. O samba era chamado pelos angolanos de semba. Esse gênero musical foi se transformando, ganhou novos instrumentos, chegou ao Rio de Janeiro e atualmente é característico de todas as regiões brasileiras. Mistura de dança, luta e música, a capoeira também surgiu com os negros, que a utilizavam como arma de defesa. Durante a escravidão, reuniam-se em roda depois do trabalho para cantar, dançar, jogar capoeira ou reverenciar com música os seus orixás. Batiam palmas, batucavam, reviviam suas tradições. E assim a música negra se afirmava em meio a tanto sofrimento. Os escravos misturavam instrumentos musicais, dança e luta, enganando seus Senhores de Engenho, que pensavam estarem eles apenas "dançando".