terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CULTURA AFRO- DICIONÁRIO



  • ALÁ- Designação de Deus, entre os mulçumanos.

  • BANTO- 1- Indivíduo de um dos povos que falam qualquer das centenas de linguas bantas.
2- Grupos de línguas pertencentes ao nanuê-congo (q.v.), e que é composta de várias centenas de línguas faladas numa área muito extensas da África, desde o paralelo 5º até a antiga Colônia do Cabo ( na atual República da África do Sul.
3- No Brasil, qualquer dos escravos chamados de de angolas, benguelas, cabinos, congos, moçambiques.
BANZO- Nostalgia mortal que atacava os negros trazidos escravizados da África.
BAOBÁ- Gigantesca árvore da família das bombacáceas, muito disseminada nas savanas africanas, de tronco excessivamente espesso, rico em reserva de água, é considerado o mais grosso tronco do mundo.
BATACATÔ- Tambô de guerra, afro-brasileira, grande, muito usado nos levantes de escravos na Bahia.
BENGUELA- Indivíduo dos benguelas, povo da região de Benguela ( Angola), que limava os dentes incisivos; banguela.
CABINA- 1- Indivíduo das cabindas, povo banto da região de Cabanda ( Angola)
2- Dança mímica popular afro-brasileira, parte de certos maracatus.
ILÊ- Casa de candoblé; terreiro.
IOURUBÁ- Indivíduo dos iourubás, povo negro do grupo sudanês da África Ocidental. que vive no O. S. da Nigéria, em Benim e em Tonga; nagô.
IJEXÁ- Indivíduo dos ijexás, povo de língua e cultura iourubanda, do Sudeste da Nigéria ( África)
JÊJE- 1- Indivíduos do jejes, ou guns, povo do Sudeste da República do Benim.
2- Nome que se dá no Brasil, esp. na Bahia, a indivíduos não iourubá, originário da antiga Costa dos Escravos, seja fom, maí, gum ou de outra nação.
MALÊ- Escravo africano islamizado.
MALUNGA- Cachaça.
NAGÔ - Indivíduo dos nagôs, povo de lingua iourubana que vive a E.S. da República do Benim.
OXALÁ- Alta divindade entre os orixás jeje-nagôs, abaixo apenas de olorum.


 HERANÇA


 O português falado no Brasil tem muitas palavras de origem africana. Isso acontece porque - principalmente durante o período colonial - os negros foram trazidos da África como escravos, para trabalhar na lavoura. Os africanos trouxeram consigo sua religião - o candomblé - e sua cultura, que inclui as comidas, a música, o modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e lendas. Trouxeram ainda - é claro - as línguas e dialetos que falavam. Os povos bantos, que habitavam o litoral da África, falavam diversas línguas (como o quicongo, o quimbundo e o umbundo). Muitos vocábulos usados frequentemente vieram desses idiomas. Exemplos? "Bagunça", "curinga", "moleque", "dengo", "gangorra", "cachimbo", "fubá", "macaco", "quitanda"... Outras palavras do português falado no Brasil também têm raízes africanas. Muitas delas vêm de diferentes povos do continente, como os jejes e os nagôs (que falavam línguas como o fon e o ioruba). Palavras como "acarajé", "gogó", "jabá" e muitas outras passaram a fazer parte do vocabulário brasileiro, foram incorporados à cultura. Em geral, trata-se de nomes ligados à religião, à família, a brincadeiras, à música e à vida cotidiana.

  • Que tal um exemplo bem trivial? "Bunda". Essa palavra também é africana, pode ter certeza. Se não fosse por ela, se falaria "nádegas", que é efetivamente o termo português para essa parte do corpo humano. Da mesma maneira, em vez de "cochilar", diría-se "dormitar". Em vez de "caçula", se usaria uma palavra bem mais complicada: "benjamim". Empolado, não é? Dizem que a língua banta tem uma estrutura parecida com o português, devido ao uso de muitas vogais e sílabas nasais ou abertas. Deve ser verdade, observe o som das palavras "moleque" e "gangorra". Parece também que o jeito malemolente (isto é, devagar e cheio de ginga) de falar facilitou a integração entre o banto e o português. A verdade é que hoje o falante da língua portuguesa brasileira usa tantas palavras africanas que nem atenta em sua origem. Outros exemplos para ilustrar: O que seria do Brasil sem o "samba"? E tem mais: "cachaça", "dendê", "fuxico", "berimbau", "quitute", cuíca", "cangaço", "quiabo", "senzala", "corcunda", "batucada", "zabumba", "bafafá" e "axé". Para quem não sabe, "bafafá" significa confusão. E "axé" é uma saudação com votos de paz e felicidade. Hoje é muito comum o uso do prefixo "afro" (relativo à África), em palavras como afro-brasileiro, afro-descendente, afro-americano. Essas palavras, assim como o próprio prefixo, são adjetivos. 
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  • O negro deu seu ritmo à música brasileira. Também lhe deu nomes, como chorinho ou samba. Por isso se diz que a música popular brasileira nasceu na África. A raiz negra está em tudo: no samba, no pagode, no afoxé, nas festas folclóricas como a do maracatu. Além dos ritmos, os africanos trouxeram também instrumentos, como o berimbau, a cuíca e outros instrumentos de percussão, como o atabaque o berimbau. O samba era chamado pelos angolanos de semba. Esse gênero musical foi se transformando, ganhou novos instrumentos, chegou ao Rio de Janeiro e atualmente é característico de todas as regiões brasileiras. Mistura de dança, luta e música, a capoeira também surgiu com os negros, que a utilizavam como arma de defesa. Durante a escravidão, reuniam-se em roda depois do trabalho para cantar, dançar, jogar capoeira ou reverenciar com música os seus orixás. Batiam palmas, batucavam, reviviam suas tradições. E assim a música negra se afirmava em meio a tanto sofrimento. Os escravos misturavam instrumentos musicais, dança e luta, enganando seus Senhores de Engenho, que pensavam estarem eles apenas "dançando".

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CULTURA NEGRA OU CULTURAS


A identidade é formada a partir de traços culturais compartilhados,que dizem respeito ao sentimento de pertencimento a um grupo. Cultura, uma teia de significados tecida pelo próprio homem.
VERTENTE IURUBÁ OU NAGÔ.
Yourubá: iorubá - é o povo e também o idioma.
País na África: Nigéria. Só chegaram ao Brasil, no início do século XIX.
linguagem: vocábulos como axé, babalorixá, ialorixá, ilê, orixá.
Oralitura, oratura, literatura oral: narrativas alusivas, principalmente, aos orixás e suas lendas, e ligadas a essa tradição. Expressões como " bater cabeça", "fazer um despacho" ( ebó, oferenda)... A palavra oralitura é difundida pela escritora negra mineira Leda Martins.
Culinária ( artes e técnicas na alimentação): amalá, acarajé... O complexo alimentar dos orixás, comidas próprias de cada um deles.
Música e dança: limitam-se à música e à dança sacras, próprias do ritual na cerimonia religiosa de Nação (Batuque). Os cantos são chamados rezas, dançadas seguindo o toque de tambores e agê, canta-se em iorubá.
Religião: na verdade, trata-se de uma cosmovisão, algo bem mais amplo e que engloba a religiosidade. A Tradição dos Orixás valoriza as forças da natureza e a ancestralidade. É visão ou interpretação humana diante da vida e do universo. Olorum é que em português se chama Deus. Os orixás são as forças da natureza, são modelos, são ancestrais. o local de culto, que na Bahia se chama candoblé, no Rio Grande do Sul é conhecido como Casa-de- nação ou batuque. Cessada a antiga perseguição policial, essa e outras religiões ou tradições de matriz negro-religiões têm sido ainda vítima de intolerância e desrespeito. Mais são tradições religiosas que preservam cultura, incluindo língua e linguagem. Entoam cantos em iorubá no ritual. Preocupam-se e respeitam a natureza, pois lidam com a força vital que vem dela. E estão vinculadas a ela em todos os seus aspectos: natureza física humana, cósmica.
(Oliveira Silveira, 2002)

BRASIL HISTÓRIA

Após a independência do Brasil, os gaúchos estavam descontentes com o poder central, que indicava os presidentes das províncias e ainda pelo fato de que muito pouco dos impostos recolhidos nelas permaneciam. Além disso, pagavam elevado imposto pela produção de charque nacional, em comparação com o que era importado da Argentina, mais barato. Em 1835, rebeldes liderados por Bento Gonçalves iniciaram a Revolução dos Farrapos ou Farroupilha- nome se refere à roupa rasgada que usavam os revoltosos. Dominaram Porto Alegre e, no ano seguinte, proclamaram a República Rio-Grandense ou Piratiní, como também foi chamada. Dois anos depois, juntou-se a eles Giuseppe Garibalde-mais tarde conhecido como Heroi de Dois Mundos-, político e militar revolucionário italiano, influenciado pelo movimento nacionalista de unificação da Itália, na época dividida em vários estados absolutistas. Em 1834, Garibaldi lidera um movimento conspiratório em Gênova. Derrotado, vai para Marselha e, em 1836, chega ao Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, apaixona-se por Ana Maria Ribeiro da Silva, depois conhecida como Anita Garibaldi, que deixa o marido para acompanhá-lo. Anita destacou-se por sua bravura participando ao lado dele das campanhas no Brasil, no Uruguai e na Europa. Garibaldi, ao regressar, em 1848, à Itália, luta pela sua independência contra os austríacos. Derrotado e perseguido, perdeu em 1849 a companheira Anita, que grávida e doente, morreu quando fugiam dos inimigos. Após refugiar-se no exterior, de volta á Europa, em 1859, luta novamente contra a Áustria, comandando diversas batalhas entre 1860e 1861, ocasião em que a nação italiana conquista sua unidade. Em 1874, Garibaldi é eleito deputado. Faleceu em 2 de junho de 1882

ISTO É HISTÓRIA

A herança das ideias do Iluminismo e da Revolução Francesa levou Augusto Comte (1798/1857), filósofo francês, a formular, em meados do século XIX, um sistema filosófico chamado Positivismo. Tal sistema parte do presuposto de que o saber científico é superior ao filósofico (metafísico) e ambos são superiores ao saber religioso. Comte, também conhecido como pai da Sociologia, em seu quinto volume do Curso de Filosofia Positiva (1830/1842), apontava a necessidade de uma ciência voltada ao estudo científico da sociedade. A influência do Positivismo no Brasil encontra-se presente, inclusive, no lema da bandeira nacional: Ordem e Progresso
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Iluminismo foi um movimento surgido no século XVII, conhecido como o Século das Luzes, na França. Defendia que o pensamento racional deveria substituir crenças religiosas e o misticismo, que predominaram na Idade Media. Embora tenha sido mais intenso na França, influenciou outros movimentos sociais, como a independência das colônias inglesas na América do Norte e a Inconfidência Mineira, no Brasil. Os Burgueses foram os principais interessados nessa filisofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, não tinham poder em questões políticas.