sexta-feira, 22 de março de 2013

MEMÓRIA E HISTÓRIA

ATUALIDADES HISTÓRICAS
A história está em constante movimento. Diariamente são fatos novos no Brasil e no mundo, conflitos entre as nações e seus povos, atentados terroristas, catástrofes que marcam a história para sempre entre tantos outros eventos.
Desta forma, é fundamental mantermos nossa memória viva, é preciso relembrar e refletir sobre o sentido e os efeitos dos atos e acontecimentos

Túmulo com mais de 3.000 anos é descoberto próximo à capital do Egito
Arqueólogos egípcios anunciaram em 30/05/2010 terem encontrado na área da necrópole de Saqqara cidade próxima ao Cairo um grande túmulo com mais de 3.000 anos e que pertenceu  a uma alta autoridade da era faraônica.
O túmulo pertence a Betah Mes, que foi chefe militar, escriba real, chefe do tesouro e administrador dos celeiros reais, pertencente à 19ª dinastia, que reinou no Egito entre 1.320 e 1.200 antes de Cristo, especialmente com o lendário Ramsés II.
O túmulo possui 70 metros de extensão e estava escondido sob as areias do deserto desde 1885, quando saqueadores furtaram alguns de seus murais.
Os arqueólogos descobriram baixos-relevos que representam oferendas às divindades e o falecido e sua família orando ao deus Amon.
A busca continua na câmara principal do túmulo, onde os arqueólogos esperam esperar a achar a múmia de Mes e talvez de sua mulher.
Cientistas encontram mais antigo ancestral humano na Etiópia

O crânio e a mandíbula do Ardipithecus ramidus; animal foi descrito como o mais antigo ancestral do homem (Foto: Reprodução/Science)
A humanidade está 1 milhão de anos mais velha. Cientistas descobriram um ancestral dos homens atuais de 4,4 milhões de anos. O Ardipithecus ramidus (ou apenas “Ardi”, como é carinhosamente chamado) foi descrito minuciosamente por uma equipe internacional de cientistas, que divulgaram a descoberta em uma edição especial da revista “Science” desta semana.

O espécime analisado, uma fêmea, vivia onde hoje é a Etiópia 1 milhão de anos antes do nascimento de Lucy (estudado por muito tempo como o mais antigo esqueleto de ancestral humano).

“Este velho esqueleto inverte o senso comum da evolução humana”, disse o antropólogo C. Owen Lovejoy, da Universidade Estadual de Kent. Em vez de sugerir que os seres humanos evoluíram de uma criatura similar ao chimpanzé, a nova descoberta fornece evidências de que os chimpanzés e os humanos evoluíram de um ancestral comum, há muito tempo. Cada espécie, porém, tomou caminhos distintos na linha evolutiva.

"Este não é o ancestral comum, mas é o mais próximo que chegamos", disse Tim White, diretor do Centro de Evolução Humana da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Os humanos atuais e os macacos modernos provavelmente tiveram um ancestral comum entre 6 milhões e 7 milhões de anos atrás.

Ardi, porém, tem muitas características que não aparecem nos macacos africanos atuais, o que leva à conclusão de que os macacos evoluíram muito desde que nós dividimos o último ancestral comum.

O estudo de Ardi, em curso desde que os primeiros ossos foram descobertos, em 1994, indica que a espécie vivia nas florestas e que poderia subir em árvores. O desenvolvimento de seus braços e pernas, porém, indica que eles não passavam muito tempo nas árvores: eles podiam andar eretos, sobre duas pernas, quando estavam no chão.

"Esta é uma das descobertas mais importantes para o estudo da evolução humana", disse David Pilbeam, curador de paleoantropologia do Museu de Arqueologia e Etnologia de Harvard. "É relativamente completo, na medida em que ficaram preservadas a cabeça, as mãos, os pés e algumas outras partes importantes. Ele representa um gênero possivelmente ancestral dos
Australopithecus – que eram ancestrais do nosso gênero Homo", disse Pilbeam, que não fez parte das equipas de investigação.

Os cientistas montaram o esqueleto do
Ardipithecus ramidus (que significa “raiz dos macacos terrestres) com 125 peças do esqueleto encontradas.

Lucy, também encontrada na África, prosperou um milhão de anos após Ardi e foi um dos
Australopithecus mais semelhantes aos humanos.
"No
Ardipithecus temos uma forma não especializada que não evoluiu muito em direção aos Australopithecus. Então, quando você olha da cabeça aos pés, você vê uma criatura que não é nem chimpanzé, nem é humano. É Ardipithecus", disse White.

O pesquisador lembrou que Charles Darwin, cujas pesquisas no século 19 abriram o caminho para a ciência da evolução, foi cauteloso sobre o último ancestral comum entre humanos e macacos. "Darwin disse que temos de ter muito cuidado. A única maneira de sabermos como este último ancestral comum se parecia é encontrando-o”, afirmou White. “Em 4,4 milhões de anos, encontramos algo muito próximo a ele."

 
Com Associated Press e Reuters


Ressurgem dúvidas sobre morte de Hitler
Algumas dúvidas ressurgem sobre morte de Hitler.  Informação sobre o crânio encontrado fortalece a ideia de o ditador ter escapado do cerco a Berlim
Um fragmento de crânio que, segundo se acreditava, pertencia a Adolf Hitler, é, na verdade, o crânio de uma mulher não identificada, com idade entre 20 e 40 anos. A informação, revelada por um estudo promovido pela Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, reavivou as dúvidas sobre a morte do líder nazista.
Parte do crânio, que apresenta uma marca de tiro, foi usada para sustentar a teoria de que Hitler tomou cianureto e disparou contra a própria cabeça em seu bunker de Berlim quando as tropas soviéticas se aproximavam, em abril de 1945.
Questionamentos sobre como o ditador teria morrido, incluindo especulações de que Hitler teria conseguido escapar, persistiram durante décadas. Os debates conferiram importância ao fragmento, que foi exibido pela primeira vez no Arquivo Federal de Moscou em 2000 como um troféu de guerra único, que enchia os russos de orgulho.
Além do crânio, as tropas soviéticas informaram que haviam exumado a mandíbula de Hitler e que a identidade dos restos mortais havia sido confirmada com um exame de sua arcada dentária.
O arqueólogo e especialista em ossadas Nick Bellantoni contou ter suspeitado imediatamente que o crânio pertencia a uma mulher devido à estrutura óssea. Sua colega Linda Strausbaugh, diretora do Centro de Genética Aplicada da universidade, aceitou fazer uma análise de DNA caso conseguisse extrair uma boa amostra. Foi assim que Bellantoni viajou a Moscou, onde obteve permissão para retirar uma amostra de DNA.
Em maio, sua equipe começou a trabalhar no laboratório da Universidade de Connecticut em Storrs. Inicialmente, acharam que o mau estado de conservação do crânio fosse prejudicar a pesquisa. "O que nos mostraram foi a parte que estava carbonizada. O fogo é um dos grandes inimigos para conseguir evidência de DNA", explicou Linda.
O crânio havia sido armazenado em temperatura ambiente, o que também danificou o DNA. O interior do fragmento, no entanto, não estava queimado, e a quantidade de material obtida estava dentro da gama que devem ter as amostras de DNA, comentou.
O resultado foi surpreendente. "O DNA confirmou que era uma mulher", completou.
A revelação foi feita em um novo documentário divulgado pelo canal History Channel, intitulado "A fuga de Hitler", que relança a ideia de que o ditador alemão poderia ter conseguido escapar do cerco a Berlim.
Linda Strausbaugh esclarece que suas análises não provam nada sobre o destino de Hitler e que apenas revelam que o crânio atribuído a ele pertence a outra pessoa.
Segundo o historiador especialista em Holocausto Christopher Browning, professor da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, os resultados dos exames não mudam o consenso de que Hitler morreu no bunker.
Browning ressaltou também que os historiadores não se baseiam apenas no relato das tropas soviéticas. Também há investigações feitas na época, incluindo uma levada a cabo por oficiais da inteligência britânica, que coletaram evidências de testemunhas sobre os cadáveres de Hitler e de sua amante, Eva Braun.
"Nada disso depende da suposta validade de um corpo ou crânio em poder dos russos", disse Browning. "Quando o History Channel diz que isto coloca em dúvida tudo o que sabemos desde 1945, está dando uma informação falsa".
Segundo os soviéticos, os restos mortais atribuídos a Hitler e Braun, além de Joseph Goebbels e de sua mulher e filhos, foram movidos de lugar várias vezes, destacou Brown. "O problema com muitas destas amostras é que elas não foram guardadas de forma correta", indicou Linda.
Se fossem obtidas mais amostras de DNA de membros da família que morreu no bunker, as relíquias poderiam contar sua história. Por agora, no entanto, a identidade do crânio nos arquivos de Moscou é um enigma, lamentou Linda.
Fonte: AFP e  R7
08.10.09
Crédito imagem: AFP


APOCALIPSE DE AGORA.


           O Apocalipse  é sobre sonhos e visões, sugere que, quando o mundo está complicado e confuso, as pessoas podem sentir que tudo está fora de controle, mais tudo vai ficar bem: a justiça de Deus vai prevalecer e haverá um novo mundo. É um livro sobre esperança, para pessoas que estão anciosas  diante uma circunstância caótica.
            Na época que foi escrito. o autor vivia no período subsequente ao da terrível guerra dos judeus contra Roma no século I. Ele queria persuadir seus companheiros judeus , que acreditava em Jesus, de que a opressão romana estava destruindo o povo inteiro. E persuadi-los de que nem tudo estava perdido; a justiça divina seria feita. As imagens são muito específicas daquele tempo. O Império Romano como a Besta, cujo número representa o nome de Nero [37-68], que acreditava ser o pior imperador que se pode ter. Para os leitores  da época, isso era de um simbolismo transparente. Todo mundo sabia que a Besta e a Meretriz representava o Império Romano. A maioria dos estudiosos acha que o homem que escreveu o Apocalípse não foi o mesmo que escreveu O Evangelho segundo João. O autor do apocalipse retrata os doze apóstolos como se leles já tissem morrido. Eles também têm seus nomes nos doze portões da cidade, e o autor nunca disse que era um deles.
              O Apocalipse só entrou no Novo Testamento dois séculos depois de escrito, mesmo depois do Imperador Constantino [272-373] se tornou cristão, o bispo Atanásio de Alexandria[295-373] não usou o Apocalipse durante 25 anos. Só depois,  quando o filho de Constantino [imperador em sucessão ao pai] opôs-se  a ele e o exilou, é que decidiu incluir o livro no Novo Testamento. Estava tão zangado e furioso que aquela foi a sua forma de contra-atacar. " Como pode esse imperador não ser o Anticristo? Ele é obviamente a Besta.
                   A Bíblia original de Matinho Lutero [ 1483-1546], quando ele dividiu o mundo cristão, tinha imagens feitas por um amigo seu, chamado Lucas Cranach. E as ilustraçãoes do Apocalipse retratam a Meretriz  da Babilônia como sendo o papa de Roma. Ao mesmo tempo, o primeiro  biógrafo católico de Lutero retratou-o como a Besta de sete cabeças. Essas imagens de sonho e pesadelo são tão abertas que qualquer um pode usá-las, a qualquer tempo. Para alguns católicos do século XVI, a Grande Meretriz era a rainha Elizabeth I.
                      Na Segunda Guerra Mundial [1939-1945], alguns diziam que Hitler era o Anticristo, enquanto os nazistas diziam que estava trazendo o reino de Cristo. O Apocalipse foi usado na Primeira Guerra Mundial [1914-1918], na Guerra Civil Americana [1861-1865], sempre pos pessoas dos dois lados. Ele permite interpretar  qualquer conflito como um conflito entre o Bem e o mal. E é o único modo como podemos lidar com as pessoas do mal é conquistando-as ou destruindo-as.

Elaine Pagels
Historiadora e pesquisadora da Universidade de Princeton(Estados Unidos)